Líder moral
O Inter socou o América Mineiro, Rogério Ceni ganhou o seu milésimo Pernalonga, o Flu ganhou, mas a única coisa relevante que aconteceu no Dia da Pátria no futebol foi a vitória do Botafogo. Sim, senhores, estamos testemunhando um tempo em que o Botafogo de Herrera e Loco Abreu começa a se credenciar para conquistar o TÍTULO BRASILEIRO, o que poderia ser o fim dos tempos mas é mais uma mostra do quão sensacional é o Campeonato Brasileiro.
Claro, não é só Herrera, nem Loco Abreu. Metade da campanha vai na conta do meia Elkeson, que é uma das melhores notícias do futebol nacional este ano. Tudo aquilo que Dario Conca foi para o Fluminense no ano passado – um meia insinuante, que faz a transição rápida, joga bem em velocidade e pensa rápido – ele é para o Botafogo hoje, e é brasileiro, e bate faltas. Elkeson foi a principal figura na vitória de 4×0 do time de Carlito Rocha sobre o Ceará, em um Engenhão incrivelmente lotado, com 42 mil pessoas saudando a Estrela Solitária e lamentando a ausência da TORCIDA FOLGADA, que acabou há uns 10 anos mas sua falta é até hoje lamentada por todos aqueles que adoram nomes bacanas de torcidas.
O público enorme claramente motivou muito o time alvinegro, que até o final correu com muita volúpia. No terceiro gol, é comovente ver que TRÊS jogadores se posicionam ao ataque depois do bom passe de Lucas – dos pés de Loco Abreu, saiu o tento. Antes disso, Herrera marcou os dois primeiros, aparando cruzamentos da esquerda. Ainda teve um gol de CIDINHO, que tem 1,45 e anotou DE CABEÇA no meio da zaga do Ceará, só para esculachar mesmo.
Também é digno de nota que MAICOSUEL ainda fez um gol de falta, anulado corretamente pelo árbitro (Herrera encostou, e estava impedido). Porém, Maicosuel e outros três ficaram ORANDO AJOELHADOS para comemorar o gol e não perceberam que a bola estava em jogo, o que proporcionou ao Ceará um ataque com 6 contra 4 – obviamente desperdiçado pela Carroça Desembestada.
No Beira-Rio, o Inter pegou o lanterna América-MG com ingressos a R$ 10 (para não-sócios) em um feriado, com 29 mil pessoas no campo. Quem chegou um pouco mais perto do horário do jogo pegou filas gigantescas para comprar ingressos e ainda mais gigantescas para entrar – e esses desafortunados perderam nada menos que os TRÊS primeiros gols da partida, saídos logo aos 12 minutos. O primeiro, Rodrigo Moledo de cabeça; o segundo, Damião, o homem que sempre está lá; o terceiro, D’Alessandro, convertendo um pênalti recebido por GUIÑAZÚ.
Foi um jogo surpreendentemente bom para um Inter que vem molenga no certame e para o lanterna do campeonato, que finalizou nove vezes ao gol colorado, um bom número para um visitante no Beira-Rio. Além disso, o time de Givanildo soube tirar proveito do principal câncer do time, que é a bola aérea defensiva: Juan e Moledo atuaram tão pregados no chão quanto seus antecessores Bolívar e Índio, clara demonstração de que o problema não é exatamente de nomes. Dorival terá que treinar mais o esquema, e colocar um cabeça-de-área que não tenha o tamanho do Cidinho também ajudaria.
O novo líder do campeonato é o São Paulo, que fez uma enorme festa (mais de 60 mil pessoas) para o milésimo jogo do Rogério Pernalonga Ceni. Ceni é o terceiro jogador a atuar mais de mil vezes por um só clube, unindo-se a Pelé e Roberto Dinamite – Mauro Galvão também fez mais de 1000 jogos, mas por 97 clubes diferentes, e certamente amanhã vão descobrir que o Robertinho do Alecrim do Rio Grande do Norte fez 2000 partidas entre 1934 e 1967.
Logo aos 20 segundos, Lucas abriu o placar para o tricolor paulista, e Réver empataria logo aos 10 minutos do mesmo primeiro tempo. Aos 6 do segundo, Dagoberto deu números finais ao placar.
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